Com “Avô”, pretende-se registar a relação simbiótica entre a memória, relato e objecto. Partindo de uma hermenêutica arqueológica, na qual vestígios e elementos materiais do passado são observados e definidos, constrói-se uma semelhante leitura sobre um familiar próximo, falecido antes do nascimento do autor. Aquele, nascido em 1901, faleceu precocemente nos anos 50.
Através da recolecção de objectos do seu avô paterno, o qual nunca conheceu, e conjugação de algumas das inúmeras imagens que este fez enquanto fotógrafo amador, recriaram-se cinco composições que incluíssem todos os elementos. A sua integração teve sempre em mentes possíveis narrativas. Estas foram também valorizadas pelas histórias que restante família que o conheceu e ainda vive relata desde a infância do autor, acerca do seu avô.
Dado factualmente nunca o ter conhecido o autor propõe com este registo uma interpretação possível do que poderia ser este indivíduo. Estas imagens, embora projectem a memória dele para o futuro, irremediavelmente serão recriações. Revelam algumas ideias concretas sobre aquela pessoa, mas a sua valência na descrição da personalidade desta será, certamente, superficial.

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